mar doce

mar e doce é o amor...

2006/06/18

A insustentável leveza do ser...

flutuo...
não me parece que consiga mergulhar neste mar tão salgado e frio!
Os pensamentos vagueiam ao lado das nuvens por cima de mim.
Vejo comboios, casas, animais que se apagam subtilmente ao sabor do vento, transformando-se de novo em simples nuvens.
Que missão ingrata têm as nuvens. Esconder o sol e enviar chuva... Mas um céu sem nuvens é o mesmo que um prado sem ovelhas a pastar, tanto azul sem imperfeição.
flutuo...
Maldito sal que não me deixa destemperar a minha alma, sou um tronco sem destino à espera que as ondas me levem para longe, para um sitio onde possa afundar os desgostos que me perseguem mas que me mantêm a flutuar.
Respiro fundo à espera que ar me engorde o espirito leve como uma folha de papel, sinto que não está a resultar...
Procuro uma ilha distante, uma lagoa de água doce onde possa aquecer de novo a vida.
Que raio de fio invisivel me prende a este destino, o de flutuar sem poder experimentar o mergulho nos braços doces do amor. Vagueio sem destino, mas sei que a ilha está próxima, está no meu destino que a encontre, para que finalmente possa começar a viver.
flutuo... por quanto tempo mais? Adormeço e ouço a minha vida passada...