mar doce

mar e doce é o amor...

2006/06/18

Verão

"In the summer time" de Ray Dorset era a musica do momento...
Estava quente e flutuava, sentia-me muito bem. Abri os olhos e estiquei as pernas de encontro à escuridão, estava na hora.
Fez-se luz, muita luz e de repente cheguei a um destino traçado por vontade de outros, ou não... Sempre estranhei o facto de ter nascido de 4 meses, e no entanto ter sido muito desejado. Sou lindo... Cabeludo, cabeçudo, olhudo, e com um peso igual ao meu aparente tempo de gestação, o menino perfeito desejado por todos e ávido de enfrentar o desconhecido conhecimento da vida oferecida e para sempre pendente de uma vontade divina, que dá com uma mão para poder esconder com a outra.
O arbitrio está ao meu alcance, mas não por agora.
Um sorriso guardado na memória distante, é a unica recordação que resta desse momento, um sorriso que me acompanha e que me aquece nos momentos mais frios e escuros da minha existência, e que como um farol, me indica um porto seguro quando navego em mar alto em busca das respostas às perguntas que nunca fiz.
Os sentidos despertam sem me pedir licença...
Sinto o odor da sobrevivência nos seios de uma mulher que não conheço, mas que sinto conhecer à muito tempo, que me cantava musicas de embalar quando deambulava naquele mar viscoso e quente, que me afagava nos meus medos sem sentido e que me passeva por sitios nunca antes descobertos.
o sabor é bom, muito bom, não do leite que me alimenta, mas do amor que o transporta. Vou ficar ligado para sempre a esta mulher.